AROMAS DO VINHO: COMO APRENDER A IDENTIFICÁ-LOS.
Modo prático para identificar os aromas do vinho.
Todos os aromas do vinho surgem naturalmente, no sentido de que não foi adicionada qualquer essência.
De acordo com o momento em que estes aromas surgem no vinho, eles são classificados em primários, secundários e terciários. Já gravei um vídeo sobre este assunto: https://youtu.be/2cpi_w5dFLo
Na verdade, não se trata de identificar aromas, mas de reconhecer aromas. Então, na verdade, quando se fala em identificar aromas, estamos falando em memoria olfativa. Isto é, vamos buscar na memória aquele aroma presente no vinho.
Nós temos uma grande capacidade olfativa. Somos capazes de distinguir e memorizar centenas de aromas.
Exercício prático.
Além do vinho e da taça você vai precisar de papel e caneta para tomar notas.
Ao servir o vinho, encha só um terço de uma taça para que você tenha espaço para girá-la sem derramar.
A taça tem de ser adequada, com bojo largo e boca mais estreita. Este desenho é feito para projetar as moléculas de aromas em seu nariz.
À primeira coisa que se faz com a taça na mão não é girá-la, mas uma análise visual. Exatamente sobre este tema foi vídeo anterior: https://youtu.be/JWsQaCppOsI
Depois da análise visual, cheire a taça antes de agitar.
Preste atenção, inicialmente você vai cheirar o vinho sem agitar a taça para perceber a intensidade dos seus aromas, sem se preocupar em identificá-los, mas somente constatar a sua intensidade, a força dos aromas.
A intensidade pode ser ligeira, média ou pronunciada.
É ligeira quando tem pouca intensidade, você quase não sente os aromas do vinho.
É pronunciada quando você nem precisa colocar o nariz na taça e já está sentindo os aromas do vinho.
Também tem a intensidade média.
Depois agite a taça delicadamente por alguns segundos.
Aspire também delicadamente e veja o que você percebe.
Agora vem o pulo do gato para você começar a reconhecer os aromas. Você vai seguir uma sequência.
Da mesma forma que há uma sequência na qual os aromas surgem, a prática tem demonstrado que também há uma sequência a ser seguida para o reconhecimento dos aromas.
Funciona assim, você vai inspirando os aromas da taça e vai se perguntando:
1. Tem aroma de flor? Eu lembro o nome dessa flor?
2. Tem aroma de fruta? A maioria dos vinhos são frutados. Assim, aqui está o maior campo de pesquisa. .
2.1 É muito importante que você pergunte: Essa fruta se apresenta fresca, recém apanhada? Está verde? Está madura? Está muito madura? Ou é uma fruta em compota, um doce de fruta?
3. Tem aroma herbáceo ou de ervas?
4. Tem aroma de alguma especiaria ou pimenta?
5. Tem aroma de madeira?
6. Tem algum outro aroma diferente destes cinco.
No começo, não se preocupe em identificar qual flor, qual a fruta, qual a erva está presente. É obvio que se você souber, melhor.
É importante que faça anotação para cada vinho, de maneira que você perceba no futuro o quanto melhorou na identificação dos aromas.
Depois que você fez esta experiência e tomou notas, procure a ficha de técnica do vinho na internet, consulte algum vendedor deste vinho ou importador e veja quais os aromas que o produtor afirma que você poderá encontrar. Em seguida, compare com os que você encontrou. É comum nós não identificarmos todos estes aromas, pois a descrição do vinho é feita por um especialista muito treinado.
Mas fica o alerta. O Aroma é percebido não somente no nariz, mas também na boca, no chamado retrogosto. Não podemos esquecer que nossa boca está a uma temperatura mais alta que o vinho e que a boca entra em contato com a cavidade nasal. Assim, as moléculas de aromas aquecidas sobem para o bulbo olfativo e podemos, inclusive, perceber um aroma, um sabor, que não havia sido percebido no olfato. Você deve anotar este novo aroma ou sabor. De qualquer forma faça a comparação: o sabor que o vinho tem repete os aromas sentidos inicialmente?
Qualquer dúvida ou sugestão, deixe nos comentários.
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Sou Mauricio Ferreira, um Apaixonado por Vinhos, e minha missão é levar o conhecimento sobre o mundo do vinho de forma simples e descomplicada, de maneira que todos entendam.
Creio que, no mundo do vinho, “quanto mais você conhece, melhor você escolhe e mais você aprecia”.
Sou Certificado pela Wine & Spirit Education Trust – WSET, Níveis 1, 2 e 3.
Atualmente sou aluno da Wine Scholar Guild, no French Scholar Wine, um curso aprofundado sobre vinhos da França.